quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Bobo vai...

Bobo, vai
tem que ter fé...
E deve continuar,
e tem que forçar,
e vai conseguir...

E dae se a esperança se esvai entre os vendavais?
Se a sua mente é capaz de manter a ilusão...



Quem quiser pode voar,
mas nem desvia o olhar,
se sabe agarrar a ousadia, vai...
Mesmo se for o maior que o medo,
o gole,
ele sim, ele vai
o choro engolir e nutrir seus pensamentos
fazer-se por ele envenenar os seus pesadelos ou só sobreviver ao fardo cotidiano,
mas sendo que de todo modo por baixo do panos
o chão continuará lá e por nele seus pés é sempre mais sensato do que sonhar,
ainda que seja perfeito
não há sustento o devaneio se não há razão,
nem sorteio,
nem vestes,
se já é conhecido o vazio que segue depois ao cheio,
destina-se a as armadilhas,
o bom e velho bobo que volta e cai no mesmo e nem é capaz aprender que de "sonhos não se alimenta, apenas se vive".

segunda-feira, 14 de março de 2016

Pedra

Esconde o meu olhar
Perdido,
E não consigo mudar
O que sabes?

Ferida aberta e sentida por debaixo
Sentimento que desconheço a transcrição
Dos cabelos que em mim arrepiam
E não me pertencem...

Onde eu consigo escalar?
Para onde devo fugir?
E te trazer ao meu peito.

Se correr, por todos os meus espaços na tentativa de escapar de mim mesmo
esconder-me nos meus calabouços e galerias que construí para te esquecer.
Desistiria?

Se perdida é minha sorte,
Dura é minha sina
De ter uma pedra
Da qual não passa a luz
E perde-se o calor por todo sempre...

Por minhas próprias mãos te arrancaria,
se me fizesses amar
suportaria,
mas não a reconheço
e nunca te tive.

Meu coração não consegue amar
E todos me pedem um pouco
um toque bastaria
se pudesse sentir em ti calor

mas, aqui só o espaço
o abismo que afunda para dentro
o buraco
seu lugar
Pedra.



quinta-feira, 10 de março de 2016

Inveja


Num jardim,
Umas secas,
Outras murchas,
e até algumas frondosas folhadas,
por suposto que destas... Nada.
Outras, no entanto, terão o privilégio de receber pedradas e visitas.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Esqueço

" Uma letra,
uma realidade,
uma força e uma "verdade" que é inconveniente e indigesta (...).
veem de tudo que vivo, tudo que sinto e sofrendo sufoco
mas, mantenho foco e me esforço
passo o copo, e seu é o escopo que eu regurgito.
Sozinho, não sigo, e se pelo caminho fico, aos pedaços, meus e seus são os destroços deixados e ferimentos provocados.
sim, sei que cicatrizes existiram, mas não resistiram as lágrimas que meu corpo lavaram e toda essa sujeira que elas já levaram.
Vivo e sobrevivendo permaneço
nunca mais lhes esqueço nem o que, de tanta dor, não deveria lembrar-me, nem vos  mais fazer existir"